Alunos da EB 1 de Bela Vista, Cepelos, na ESA

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O Plano Nacional de Cinema da Escola Secundária/3 de Amarante recebeu o dia 17 de março uma visita muito especial, a dos alunos e professoras da Escola Básica do 1.º ciclo de Bela Vista, Cepelos, Amarante.
Os alunos começaram por visitar a Biblioteca Escolar e souberam, imediatamente, onde e com quem queriam tirar uma fotografia! Com José Saramago, claro!

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A sessão foi aberta pela Vice-Diretora, Dra. Jacinta Barros, que dirigiu uma mensagem de boas vindas aos alunos e professoras da EB1 de Bela Vista e elogiou o papel e a importância do Plano Nacional de Cinema e do Clube de Cinema na ESA.
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Extremamente educados e entusiasmados, estes miúdos ouviram o conto de José Saramago “A maior Flor do Mundo”, visualizaram a adaptação ou recriação fílmica da autoria de Juan Pablo Etcheverry, 2007, e responderam a questões colocadas pela coordenadora do PNC na ESA.

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Tal como na narrativa literária, também na narrativa cinematográfica o autor transforma-se em personagem e em narrador. Mas a perspicácia destes alunos conduziu-os à conclusão de que o filme não é uma copia da história escrita.

De entre os elementos diferenciadores destacaram- e adoraram – em primeiro lugar, o papel do besouro ou escaravelho no qual se alicerça a fuga do menino e as ações subsequentes. É muito interessante que o escaravelho seja um inseto que vive para empurrar a bola de excrementos que utiliza para colocar os ovos e alimentar as crias. É um animal amigo do ambiente, um “reciclador por instinto”, contrariamente ao ser humano.
Os alunos identificaram o barulho das máquinas, o mundo “sem árvores”, de casas tristes, ou seja, fabricadas em série, em tons cinzentos, “frios” onde o menino vive (des)humanamente.
Etcheverry, numa das cenas iniciais, coloca o pai do menino a arrancar uma pequena árvore que levará para sua casa, o que permite enfatizar, ainda mais, a crítica à ação nociva do homem sobre o meio ambiente.
Mas estes “pequenos grandes” espetadores não gostaram de ver que as pétalas policromáticas da Flor desaparecerem na curta-metragem.
Adorei esta crítica porque uma Flor alegre, viva, e bondosa tem que ser COLORIDA! Esta dimensão mágica e maravilhosa não foi acautelada nem preservada. É pena.

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Alguns alunos do 4.º ano tiveram oportunidade de ler os seus pequenos textos, trabalhados em situação de aula com a professora Graça Pinheiro, quer sobre a globalidade da história, quer  especificamente sobre o primeiro parágrafo  com que J. Saramago iniciou o conto. A Ana Rita, por exemplo, referiu que “As crianças precisam de ouvir histórias mesmo com palavras complicadas. As crianças simplesmente percebem as palavras complicadas de outra maneira, de uma maneira mais imaginativa.” Que maravilha!

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Eis mais alguns desses preciosos testemunhos:

“Esta história fez-me pensar baixinho pois a flor podia não ser a maior do mundo em altura mas era grande na gratidão. Eu senti-me como a flor pois sou pequena mas por dentro, no meu coração, sou maior do que uma girafa.
Esta história também me ensinou uma lição. Ensinou-me de que nunca se deve desistir. O menino fez cem mil viagens para ajudar a flor e no fim foi recompensado embora não o soubesse. O autor ao criara a personagem do menino, queria voltar ao tempo da infãncia, talvez sentisse saudades, talvez precisasse de um gesto de amor.”

Mariana Mendes

“A história tocou-me no coração e fez-me crescer nos sentimentos. crescer não é crescer em idade mas sim crescer em conhecimentos no verdadeiro sentido da história. A história tocou-me na parte mais íntima do meu coração. Agora, até me apetece escrever, mas não sobre o mundo da fantasia. A minha professora disse qyue depois de lermos o livro ficavamos mais enriquecidos. Eu acho que a minha professora tem razão.”

Afonso Ribeiro

“A leitura do livro ‘A maior Flor do Mundo’ ajudou-me a compreender que devemos ajudar quem se sente como uma flor frágil. Chamou-me a atençaõ a moral do texto, nunca me tinha apercebido de que uma flor sofria tanto, ao longo da sua vida. Vou direta ao assunto, vou ser sincera, jamais iria dar a volta ao Mundo para regar uma flor murcha.
Para mim o texto tem demasiada bondade, não vou mentir! Nunca cumpriria a rigor tamanha dedicação!
Gostei deste conto, mas acho que o autor é bem capaz de fazer uma história mais real.”

Maria Emanuel Sousa

“A história ‘A Maior Flor do Mundo’ está muito bem feita. O autor consegiu dar-nos uma lição de vida. O autor usou muitas expressões, revelando uma invulgar veia poética. Caso não saibam, um dia quero ser como ele. A única coisa, que talvez me falte é ter mais confiança. Nesta história há uma atitude que eu admiro no autor, a bondade. O tema da história desenrola-se à volta de uma boa ação. A maneira como ele reforça os atos com as palavras dá-me um enorme gosto em ler o livro. Adorei este texto!!”

Leonor Miranda

 

E, no final, estes alunos animaram os blocos B e C com as suas ilustrações inspiradas na história do Nobel da Literatura ante os olhares atónitos e maravilhados dos estudantes mais velhos.

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Uma colaboração, entre as duas escolas, preciosa. A primeira, certamente, de muitas.
Uma relação de proximidade, como deve ser, entre dois projetos profundamente enriquecedores e promotores de  uma educação integral, o  Plano Nacional de Cinema e o Plano Nacional de leitura.
Que dia Feliz!

 

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