E depois dos ensinamentos de Miguel e da sua bisavó Coco na sessão de ontem do Cineclube de Amarante eis que hoje, dia 24 de março, foi inaugurado o BOSQUE DOS AVÓS.
A ideia que lhe subjaz é a de aconchegar e preservar duas ordens de natureza que se entrelaçam: a do Marão, como espaço natural e a dos Avós, como espaço e morada dos afetos.
Regresso ao filme de Lee Unkrich. Não é por acaso que uma das músicas, do compositor Michael Giacchino, se intitula “Remember Me”/”Lembra-te de mim” e as fotografias, através das quais os vivos celebram a memória dos (seus) mortos, impedem que estes desapareçam definitivamente. Quem é esquecido desintegra-se no Mundo dos Mortos. Como escreveria o Poeta Teixeira de Pascoaes “Existir não é pensar, é ser lembrado”.
No Bosque, vi os rostos dos avós cintilarem ao cultivarem a sua árvore, amiúde com o nome do seu neto. Senti a alegria dos netos a aconchegarem a memória dos Avós. Cumplicidades telúrico-afetivas radicais, no sentido filosófico de “profundas” ou no sentido etimológico de “raízes”.
Os Avós como guardiães dos Afetos, da Natureza e da Humanidade futura. Enraizamento essencial. Poético. Imorredouro.
Obrigada Avô Claudino!
Os Avós também Sonham dentro e fora de Filmes…
E raramente a realidade é tão Mágica quanto a ficção.