Ontem, a Maria Monserrate, a Beatriz, o Dinis, a Carolina, e o Rogério, alunos do 12º ano de Artes Visuais da ESA, foram comigo à Casa da Boavista – residência sénior, dinamizar uma sessão de cinema com/para os Cineséniores, com a cumplicidade óbvia do Diogo Gonçalves.
O filme que escolhi chama-se “Aaaah!” de Osman Cerfon, 2022. Adorei vê-lo no Ha Ha Art Film Festival e assim nasceu uma parceria com este singular festival de cinema de comédia da responsabilidade do Cineclube de Pombal.
Sem diálogos, o filme é uma ode às sonoridades e ambiências distintas do “Aaaah” na(s) infância(s).
O que nos fez sorrir e rir? De que nos riríamos?
Numa espécie de biografia do riso (humor), cada cinesénior narrou uma experiência significativa. Por exemplo, a D. Conceição Brás adorava a saltar à corda, a D. Isabel cantarolava. Alguns faziam bolas e bonecas de trapos e outros eram guardadores de ovelhas, trabalhando na lavoura. Apesar das limitações económicas sentiam-se felizes. Mantêm com a família um vínculo afetivo inquebrável e por isso, a D. Conceição Bráz sorriria ao “ver os filhos”, o Sr. Dias com “o nascimento de um filho”, a D. Cândida, ficava feliz com um “brinquedo bonito”, a D. Isabel adora(va) uma ”boa risada”, a D. Josefina, que tem 90 anos, desejou ser premiada com a lotaria para regressar a Angola, e a D. Rosalina sorriria ao ver um amigo.
Os alunos pintaram um belíssimo painel alusivo à curta-metragem que embelezou a sala onde decorreu a sessão e, voluntariamente, os cineséniores interpretaram todos aqueles sorrisos coloridos. Ouvi falar de “um sorriso sem sorriso”, de “um sorriso a meio pau”, de um “sorriso de criança”, ou de “alguém que sorri, mas está a perder os dentes”.
A D. Rosalina defendeu como valioso o simples gargalhar e, claro, gargalhámos, mas também cantaram, dançaram, e até fomos surpreendidos não com um, mas dois bolos deliciosos para o lanche!
Quando foi a última vez que gargalhaste?
Aaaaah!, talvez haja uma espécie de resgate da(s) infância(s) no gargalhar.
E que dizer do Sr. Dias que é um construtor exímio de réplicas de navios?
Muito obrigada Maria , Beatriz, Dinis, Carolina, e Rogério pela vossa preciosa colaboração e presença, sobretudo numa sexta-feira à tarde.
Agradecimento extensivo à diretora da Casa da Boavista, Beatriz Lima, que desde 2017 acolheu abertamente estas sessões pioneiras do Clube de Cinema Juventude Cinéfila, sem nunca condicionar a nossa liberdade criativa e, claro, ao Diogo sem o qual a Casa da Boavista não seria a mesma. É sempre um prazer estar – e gargalhar – convosco!
Esta sessão de cinema decorreu da novíssima parceria com o Ha Ha Art Film Festival.
Obrigada Carlos Calika, Cineclube de Viseu.