Inauguração do Porto Post Doc

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Tive a honra de assistir à abertura do Festival “Porto Post Doc” na companhia de grandes amigos. Celebrar o Cinema com Amigos constitui uma dupla celebração. Este ano o Festival tem o seu coração no Teatro Rivoli, espraiando-se pelo Cinema Passos Manuel, pelo Maus Hábitos e pelo auditório FBAUP.

«A memória é um aspeto central do cinema. É pelas imagens em movimento que nos lembramos de acontecimentos passados, como se o cinema pudesse ser um arquivo do tempo. É por isso que decidimos dedicar o tema do Porto/Post/Doc ao Arquivo, porque o próprio cinema é uma espécie de arquivo da memória humana. O nosso programa inclui filmes que usam imagens de arquivo, mas também filmes antigos que permitem que a nossa memória reencontre outros mundos e outras emoções. Apresentamos, neste contexto, vários focos: Jean Rouch (o mítico autor francês, de quem celebramos o 100.º aniversário do seu nascimento); o checo Miroslav Janek (um cineasta que procura, em comunidades escolares, dar visibilidade àqueles que são menosprezados); e Peter Mettler (autor de uma obra em que o cinema reflete o tempo e as contradições humanas). Como ponto chave do nosso programa, iremos explorar o conceito da pós-memória. Este foco, que inclui um programa de cinema e o Fórum do Real, é feito em parceria com o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. O seu objetivo é mostrar o uso do arquivo como meio de produzir novas narrativas documentais e a sua preponderância como método de interrogar a história do século XX.»

In www.portopostdoc.com/
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O Festival foi inaugurado com o mais recente filme de Sofia Coppola, The Beguiled, remake da adaptação que em 1971 Don Siegel fizera do romance de Thomas P. Cullinan.

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Ficha técnica:

Realização: Sofia Coppola
Argumento: Sofia Coppola (baseado no livro de Thomas Cullinan)
Atores: Nicole Kidman, Kirsten Dunst, Elle Fanning, Colin Farrell, Oona Laurence, Angourie Rice, Addison Riecke, Emma Howard, Wayne Pére, Matt Story
País: EUA, 2017, 93’

Gostei muito do trabalho de fotografia de Philippe Le Sourd que filmou só com luz natural, ajudando a imprimir uma ambiência mais realista ao filme. O desejo, o princípio de prazer -, ilumina o interior destas sete mulheres, ainda que a escuridão seja uma constante do interior da casa.
Apreciei a ironia presente no desfecho do filme. Considerei-a uma forma de desvelar os paradoxos do ser humano.

É um filme “simpático”…

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“Nota Marginal”: Esta rubrica “outras cinefilias” é constituída por outros amores – amores cinéfilos – e só aparentemente é que não se relaciona com o Plano Nacional de Cinema.
Dado que consubstancia, para mim, uma prática preciosa e insubstituível na formação e elevação da minha sensibilidade estética e que consiste em ver filmes nos mais variados contextos, como por exemplo, em festivais, encontros, observatórios, mostras, retrospetivas e ouvir os seus realizadores. Única forma para aprender sobre Cinema. E um privilégio.

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