«Há muitos anos que defendo que as Artes em geral e o Cinema em particular deviam integrar obrigatoriamente o Ensino desde o primeiro ano de escolaridade. Que a Arte devia fazer parte activa dos programas educativos e pedagógicos desde o primeiro dia da vida estudantil. Que a Cultura devia ser uma área de intervenção política e social transversal, integrando a Educação e a Economia. Infelizmente, no nosso país, a Cultura conserva um pendor e uma prática essencialmente oitocentista: elitista, cortesã, palaciana e maneirinha.
De uma certa forma, o Plano Nacional de Cinema tenta contrariar essa vesguice acomodada e persistente da política cultural no nosso país. Graças ao empenhamento e ao esforço de alguns professores, os jovens de algumas escolas do país acedem pontualmente a uma manifestação artística, o Cinema, que os devia acompanhar desde o princípio da sua longa vida estudantil até se tornar uma necessidade e uma companhia natural e imprescindível.
A minha disponibilidade para apresentar e debater os meus filmes com estudantes de todo o país, para além de constituir, para mim, uma óbvia obrigação profissional e social, é sobretudo a forma de que disponho para acarinhar e agradecer a dedicação desses professores.
Luís Filipe Rocha
Amarante, Abril de 2017»