“Nos interstícios da realidade, o Cinema de António Macedo”: impressões

1 João Monteiro no CA PNC 148

Os alunos que assistiram, no dia 17 de fevereiro no Cinema Teixeira de Pascoaes, à exibição, seguida de debate, do filme “Nos interstícios da realidade – O cinema de António Macedo”, 2016, na presença do realizador João Monteiro enviaram as suas impressões.

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“Uma das mensagens que eu retiro deste filme é sem dúvida a luta e a fé que devemos depositar naquilo em que acreditamos. António Macedo apesar de todos os desafios que lhe foram impostos não desistiu de tentar mostrar o seu ponto de vista que eu considero das coisas mais importantes para a construção dum carácter. Na minha opinião, a maneira como nós defendemos as coisas em que acreditamos, faz de nós as pessoas que somos.
Por outro lado, acredito que é necessário darmos o devido valor ao realizador João Monteiro. Pelo que pude observar este dedicou-se ao trabalho e mesmo com todos os problemas conhecidos em Portugal com o financiamento não desistiu o que demonstra também a luta e acima de tudo o gosto em divulgar este invulgar e desconhecido cineasta.
Em particular achei bastante interessante e com uma mensagem muito bonita o testemunho convergente de dois cineastas, um dentro, outro fora do filme sobre  as dificuldades da vida e o modo como o tempo histórico parece encarregar-se de colmatar as injustiças.”
Diana Sofia, 12 CLH1

“É certamente impossível negar a empatia que se cria com um vanguardista como António de Macedo! E é certamente inevitável reconhecer a sua obra e importância perante o desígnio do cinema português, de tal modo que me indigna a desvalorização de que ele mesmo foi alvo. Só me resta agradecer a João Monteiro por ter feito um trabalho magnífico no sentido de dar a conhecer um dos mas importantes fundadores do Cinema Novo e ter, dessa forma, permitido o seu derradeiro reconhecimento. O que a cultura portuguesa necessita é de mais gente que se entregue assim às suas crenças e projetos.”
Ana Félix, 12º CLH1

João Monteiro no CA PNC 208

“Com este filme, João Monteiro pretende mostrar-nos a mente brilhante e inovadora que António de Macedo possuía.
O cineasta introduziu o cinema fantástico em Portugal mas, o que o tornou polémico e até mal visto foi por ser o primeiro homem do mundo do cinema português a produzir um beijo homossexual e inter-racial em seu trabalho. Para além disso, em seus filmes continham cenas eróticas, algo que na altura era desprezado pela maioria da sociedade.
Através da criação de João Monteiro consegui deduzir vários fatores condicionantes daquela altura.
Tanto o pensamento como a mente pouco desenvolvidas e nada abertas a novas ideias resultou na repreensão da criação de possíveis projetos fenomenais. A censura, que impediu que vários trabalhos tivessem o seu devido valor, foi um grande limitador daquela época. Esses meios foram utilizados pela Igreja e pelo Estado que apelaram, num caso, à crença das pessoas e, noutro caso, aos ideais e medo dos cidadão podendo assim tomar controlo das situações.
Como o mesmo se autonomeou “anarquista místico”, conseguimos deduzir que não era a favor do Estado Novo e, devido às suas críticas à Igreja levou-o a ser perseguido pela mesma.
Apesar de a obra de João Monteiro ser dirigida a António de Macedo, este caso aplica-se a vários cineastas até agora esquecidos. António de Macedo foi um caso mais extremo mas não deixa de ser um ótimo exemplo para mostrar como, ainda agora existe, os “fora de padrão” conseguem ser marginalizados.
Agradeço a oportunidade de “conhecer” este cineasta brilhante que infelizmente foi esquecido devido aos padrões que eram impostos na época e, pelo facto de poder ter uma visão melhor do que ainda acontece hoje em dia: A discriminação do diferente.”
Bárbara Mendes, 10 CT2

João Monteiro no CA PNC 243

João Monteiro no CA PNC 193

“Fabuloso filme que retrata a vida deste destemido cineasta (António de Macedo), e dá a conhecer ao seu publico a mentalidade e os podres da sociedade portuguesa nos anos 60 e 70 em relação ao mundo do cinema, uma vez que no caso de António, este foi alvo de muitas criticas injustas e vitima da censura Portuguesa.
Com isto me questiono: Será que a sociedade portuguesa está mesmo a evoluir? Ou será que está presa numa mentalidade retrograda que apenas serve para dar valor as coisas quando elas são reconhecidas por outros?”
Pedro Ribeiro, 10º AV

“Penso que o documentário foi muito bem construído, com pormenores relevantes e figuras notáveis do cinema nacional a falar sobre a pessoa em causa.
Digo desde já que o objetivo do documentário deu resultados comigo, pois agora reconheço António de Macedo como um ícone da sétima arte portuguesa e um exemplo a seguir para todos os que pretendem trabalhar no ramo cinematográfico.”
Hélio Bento, 10º CLH2

João Monteiro no CA PNC 231

Esta sessão foi uma iniciativa no âmbito do Plano Nacional de Cinema e que conta com as parcerias do Cineclube de Amarante e da Câmara Municipal de Amarante.

João Monteiro no CA PNC 192

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