O que é a loucura? Uma mera questão estatística? Que fronteira existe entre o são e o louco? E que terapias são aplicadas perante a transgressão da normalidade? Os inadaptados, os diferentes, os extraordinários são loucos? Uma mente conformista é criativa? Como categorizar os artistas e todo aquele que possui um pensamento divergente?
Estas são algumas das questões que o filme “One Flew Over the Cuckoo’s Nest”, de Milos Forman, 1975., visualizado no âmbito da disciplina de Psicologia B suscita. Os desempenhos magníficos de Jack Nicholson, interpretando a personagem McMurphy e de Louise Fletcher, a terrífica enfermeira Ratched, jamais envelhecerão. E os alunos, que desconheciam o protagonista mas reconheceram Danny De Vito – , seguiram com desmesurada intensidade o desenrolar do argumento fílmico.
O filme ganhou cinco Óscares: Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Realizador, Melhor Filme, Melhor Argumento adaptado!
Eis o belíssimo testemunho da aluna Ana Rita Félix sobre o filme:
“A loucura de McMurphy surge sob um véu de sátira e inteligência, e é aqui, precisamente, que reside a genialidade de Voando sobre um ninho de cucos. O protagonista não é apenas um desafiador das regras – é, sobretudo, um exaltador das almas presas naquela ala psiquiátrica, um questionador dos padrões de normalidade impostos pela sociedade, um embaixador da liberdade e do futuro. Mac, de variadíssimas formas, apresenta-se como um par de asas, uma réstia de esperança num ninho incendiado pelo conformismo e pela rotina; e foi exatamente isto que me apaixonou: a nova consciência do ‘’eu’’ repercutida na sua própria morte.”
Ficha técnica:
Título original: One Flew Over the Cuckoo’s Nest
De: Milos Forman
Elenco: Jack Nicholson, Danny DeVito, Louise Fletcher, Will Sampson
Género: Drama
EUA, 1975, Cores, 133 min.
“Segundo filme americano do checo Milos Forman que foi um enorme êxito comercial e conquistou todos os Oscars principais (filme, realização, argumento e intérpretes principais), proeza que não se conseguia há 31 anos, desde “It Happened One Night”. Adaptando um romance de Ken Kesey, o filme é a denúncia dos limites da psiquiatria convencional no tratamento das “doenças” do seu foro, que mais não são do que revoltas contra uma sociedade em que se perdeu o sentido do humano e o valor da liberdade.”
Cinemateca Portuguesa
O que disse Louise Fletcher quando recebeu o Óscar de melhor Atriz?
Porque a Escola não pode ser uma Prisão e os Alunos não podem nem devem ser formatados e (des)educados para a resignação, sei que estes jovens, que acompanho desde 2014, Voarão muito alto…