“As minhas tardes com Margueritte” no Dia da Biblioteca Escolar

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“Ler também é escutar.”
Margueritte (Gisèle Casadesus)

O PNC da ESA associou-se à comemoração do dia da Biblioteca Escolar, exibindo e trabalhando o filme francês “La Tête en Friche”, de Jean Becker, 2010 com os 10. º anos, turmas AV e CLH2 e com o 12.º ano, turmas CLH1 e CLH2.

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Ficha técnica:

Título: La Tête en Friche
Realizador: Jean Becker
Atores: Gérard Depardieu, Gisèle Casadesus, Maurane, Sophie Guillemin, Patrick Bouchitey
Música: Laurent Voulzy
França, 2010, 82′

Eis algumas apreciações dos alunos do 10.º ano:

“Germain Chazes, um agricultor que vendia na feira aquilo que cultivava, não teve uma infância fácil. Uma má educação, uma mãe que o maltratava, e o facto de nunca ter conhecido o pai contribuiu para que este se tornasse num adulto com baixo grau intelectual, vulnerável, influenciável, inocente e ignorante.
Numa das suas visitas habituais ao parque da cidade conhece Margueritte, uma senhora idosa, com um sorriso aberto que passa os seus dias a ler. Estas duas histórias de vida cruzam-se no momento em que percebem que ambos estabeleceram uma relação de afeto com os pombos que por ali passavam. Estes animais irão simbolizar o início de uma peculiar amizade.
Margueritte, uma ferverosa adepta da leitura depara-se com Germain (quase) analfabeto e começa a transmitir-lhe o gosto pela literatura, lendo-lhe como primeira obra “A Peste” de Albert Camus, o que faz o protagonista sonhar acordado, ou seja, imaginar a história e o seu desenrolar no seu pensamento.
A partir daí inicia-se uma viagem de descoberta e “alfabetização” intelectual por parte de Germain que percebe que existe um mundo para além da sua horta nas traseiras da casa de sua mãe.
As tardes passadas a ler tornaram-se recorrentes, mas Margueritte é afetada pelas consequências do envelhecimento que pouco a pouco lhe diminui a capacidade de ver e que a impossibilitará de prosseguir com as suas leituras.
Germain Chaze inverte os papéis, agora é ele quem lê, acompanha e ajuda a sua amiga que tanto fez por ele. Mas os dias de felicidade terminam quando os familiares de Margueritte, não tendo possibilidades económicas de a manter naquele lar, a “arrancam” dos braços de Germain que, sem pensar duas vezes, parte à sua procura. Esta é a parte que mais me marcou porque Germain Chazes sem medos, sem receios, sem amarras persegue aquilo que deseja, focado apenas na ação de resgatar a sua querida e amada Margueritte. Na realidade são escassas as pessoas que o fazem porque na sua maioria limitam-se a arrastar melancolicamente e sem energia as suas existências.”

Angélica Ferreira, CLH1

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“No meu ponto de vista, existiram dois momentos na história que achei muito importantes: o primeiro, foi claramente a sua infância “fria”, sem ternura e sem incentivos áquele rapaz, o que mais tarde teve consequências. O segundo, foi quando germain encontra Margueritte. Representa um momento de iluminação, quando a idosa, ao contrário de toda a gente, consegue ver naquele rapaz os seus aspetos positivos.
A partir daí, de uma maneira calma e paciente, ela abre novos horizontes na vida de Germain.”
Mariana Vieira, CLH1

“Os pombos podem ter uma conotação metafórica, pois assim como as plavras são elos de ligação nas frases e expressões, os pombos assumem a mesma função em relação a estas duas personagens, Germain e Margueritte.”
Liliana Valente CLH1

“O episódio que mais me tocou foi quando a mãe de Germain o protegeu do namorado , quando este lhe bateu. Uma atitude muito rara e que demonstra o amor de mãe, o que é raro nela.”
Vânia Dias, AV

Para mim o momento mais importante foi quando o protagonista aprendeu a ler com a intenção de passar a ler para Margueritte que estava a ficar cega.”
Mateus, CLH1

“Um encontro de almas inexplicável. Uma história de Amor sem ‘eu amo-te’.”
Carolina Ferreira, CLH1

“Os pombos surgem como a união destas duas gerações.”
Andreia Aleixo, CLH1

“O episódio mais interessante do filme foi o facto de Margueritte ter perguntado a Germain se este queria ouvir a história que estava a ler, pois até aí eles não se conheciam e, como tal, se ela não tivesse agido desta forma nunca teriam criado a relação que se desenvolveu.”
Bruno Campos, CLH1

“A cena mais marcante foi quando Germain descobriu que ia ser pai porque poderá fazer o que gostava que o seu pai tivesse feito por ele, ser um bom pai.”
Maria Inês, AV

“Imaginemos o encontro de duas forças. de um lado, mais de 100 kg de pura ignorãncia e solidão e do outro menos de 50 kg de ternura e não direi, inteligência, mas de uma enorme experiência.”
Jéssica Esteves, CLH1

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[ Os trabalhos do 12.º ano, sobre o filme, foram desenvolvidos segundo uma abordagem completamente distinta e serão brevemente publicados.]

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